Encostado à parede empedrada da
Taverna,
Piscando os olhos e estalando a
língua,Pastosa de secura e ávida de líquido,
O bêbedo olha quem passa, sem reconhecer;
Fala sozinho, com um arrastar sonoro
De quem implora atenção à bem-aventurança…
Da fome não se lembra; apenas sede,
“Maldita secura” que o leva ao desespero…
Já não sente o peso do corpo sobre a perna,
Vive do mundo familiar esquecido
Tal como da auto-estima, que era sua,
E já nem sequer tem a mais remota esperança
Da vida anterior, que o futuro lhe pede
Para vencer o vício e o faz desaparecer…
Sempre aparece alguém que o aconselha,
Que lhe leva ao vão das escadas uma mastiga
Quente, um caldo e palavras confortantes.
Mas que fazer se esta sede é tão velha,
A cabeça não tem juízo e o castiga,
Por desprezar a vida que levava dantes?!